Ia começar mais um post sobre a Liberdade, para contar sobre a Ikesaki, e notei que ando tendenciosa. Então primeiro contarei “causos” para explicar por que eu tendo a postar mais sobre a Liberdade do que outros bairros de São Paulo.
primeiro “causo”:
Morei seis anos em Porto Alegre. Um dia, entraram dois paulistas no ônibus em que eu estava. Eles pararam na cobradora e começaram a rir e tirar fotos, e fizeram tanto barulho que conseguiram a minha atenção e das outras dez meninas que também estavam no ônibus. O motivo da comoção: fora os dois, o resto do carro estava povoado somente de LOIRAS. Olhamos em volta e eles estavam certos, a motorista era loira, a cobradora também, e todas as passageiras também, mulheres loiras, tão somente. Obviamente era uma situação completamente inusitada, porque estamos falando de Porto Alegre, e não de Oslo. Mesmo assim os meninos tiraram fotos com a gente e trouxeram para São Paulo a prova de que no sul todo mundo é LOIRA, até motorista de buzum.
segundo “causo”:
Eu cresci em Santa Catarina, na cidade de Criciúma. Durante os 11 anos que eu passei estudando no mesmo colégio, eu tive UM colega japonês, o @Sakae. Talvez tenha tido mais um, ou dois, mas o mais japonês era ele mesmo. Em PoA eu não lembro de ter estudado com nenhum lá na na UFRGS.
Vocês entendem? O Sakae era tipo, a minha loira.
Então quando eu cheguei em São Paulo e tomei o metrô para Liberdade eu olhei para os lados e, wow! Um vagão só de JAPONESES! Eu queria abraçar eles e tirar uma foto pra mandar pra minha mãe, mas tenho a sensação que quando se faz isso com loiras é ok, mas com japoneses é meio politicamente incorreto, sei lá.
Mesmo sem ter a cara de pau dos paulistas em PoA, eu adoro a Liberdade. Sou obcecada por Temaki. Por Melona. Por Guioza. Na minha primeira vez lá comi um Moti achando que era brigadeiro e tentei trocar porque tava podre, mas me explicaram que tem esse gosto porque, embora pareça um negrinho, é feito de feijão e coberto com peixe e açúcar.
Então para mim japoneses são exóticos e interessantes. Para quem mora na cidade, são só mais japoneses. Aliás, mais um motivo para eu gostar de morar aqui. As pessoas acham a minha aparência muito mais legal aqui do que em outros estados, onde tem várias loiras genéricas. Aqui eu sou “A loira”, em Criciúma o Sakae era “O japonês”. As minhas amigas lá do sul, quando vem pra cá, comentam: nossa, eu fui num bar e tinha CINCO japoneses!
Resumindo: adoro o Bixiga, mas, prefiro comer coisas que eu não sei preparar!
E ainda acho tudo que é japonês incrível e compro para presentar o pessoal de SC.
Então queridos amigos, perdoem essa minha tendência de postar mais sobre o que é novo para mim, prometo que vou fazer força para manter o equilíbrio de bairros!
E, logo mais, farei o tal post da Ikesaki, claro.
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Oi Ana, adorei o seu blog.
Porém, como o Kenji mencionou acima…
Não pude me conter a fazer um comentário sobre o moti.
Minha vó fazia moti para vender, e cresci ajudando ela a fazer…
O recheio marrom é mesmo de feijão, porém, a parte exterior branca, é feita de arroz. rs
Nunca vi nenhum moti feito com peixes rs
Eu também sou apaixonada por SP! *-*
Seja bem vinda a cidade!
;)
Oi Celina, obrigada pela explicação, fico mais tranquila sabendo que não contém peixe… O moti então é tipo uma reinterpretação do nosso arroz com feijão, algo que um chef renomado de culinária fusion faria: fusão de brigadeiro com virada paulista! :)
Sabia que nunca mais tive coragem de experimentar? Tenho que dar outra chance para o moti!
oi ana por acaso entrei no seu blog, mas queria saber que raio de moti você comeu que parece brigadeiro e ainda tem peixe?????kkk ri demais aqui imaginando o que você comeu…
Amei o blog! Seu texto é fácil, divertido, e muito informativo. Adorei as dicas. Está entre os meus favoritos agora. ;)
Que legal, obrigada!!! :D
hahaha ! Adorei seu blog, principalmente pq vc dá varias dicas da V.Mariana (onde moro).
Morei em Londres, com pessoas de POA, uma menina de Orleans, uma mulher de Urussanga e um cara de Criciuma. Eles me achavam E.T.
Lembrei mtooo deles lendo seu post, pq quando fui para Orleans e Laguna, visita-los, virei atração na cidade.
A cidade toda sabia que eu era de São Paulo, me davam descontos, ofereciam coisas de graça e na balada a pista abriu quando cheguei (principalmente quando começaram a tocar “Japa girl – do supla)… foi um mico enorme. rs
Nossa Eli, você foi até Orleans? Deve ter sido bem diferente mesmo!!
Para quem nasce e cresce em uma colônia isolada e sem muitos turistas circulando qualquer pessoa que venha de fora é uma atração, principalmente quando é alguém fisicamente diferente da gente. Todo mundo quer conversar, saber o que come e como se reproduz!
Espero que você não tenha se sentido mal com o assédio, normalmente o interesse é pro bem mesmo. :)
Estou quase me acostumando com os japoneses de São Paulo, o ímpeto de pedir pra tirar com vocês já diminuiu bastante :) agora estou me dedicando a assediar árabes e judeus, que são as novidades que eu descobri ultimamente. Por sorte meus amigos são muito pacientes e deixam eu encher o saco com perguntas sobre os usos e costumes de cada religião. Ah, e aliás, um africano me parou na rua semana passada e pediu pra tirar foto comigo. Achei a maior graça porque me vi muito nele, e claro que aceitei.
Eu morei dois anos e meio na Vila Mariana, então já postei e ainda posto muito sobre as coisas que eu descobri por lá. Agora moro no Centro, se você reparar está começando uma avalanche de posts sobre aqui. Acho que depois tenho que me mudar pra zona norte e zona leste para variar o conteúdo do blog!!
Muito obrigada pela sua audiência, japa girl! ;)
Aceito dicas de posts!